Shummy assistindo TV em seu cantinho preferido
Estava cantarolando essa música e resolvi voltar ao blog para escrever sobre meu gato, o Shummy. Não perdi o juízo não. É que não importa se faz sol, calor, se chove, se está frio ou se eu estou cansada. Todos os dias, meu Shummy vem me receber na porta, me dá uma 'saravada' (do saravá mesmo) passando por entre minhas pernas até que ele ache que estou bem o suficiente para adentrar meu lar. Melhor, 'nosso' lar. Ele tem senso de responsabilidade também. Me acorda quando perco a hora. Depois que o Gui sai para o trabalho, (de madrugada) ele vem para a cama e se aninha em meus pés. Anda atrás de mim enquanto faço algumas tarefas domésticas antes de sair para trabalhar, mas apenas depois que eu abro as portas da casa e ele dá uma espiada no tempo. Não desgruda e entre uma ação e outra, ele pede atenção para um carinho, um afago na orelha, uma coçadinha nas costas. Parece cachorro seguindo o dono.
Meu marido chama ele de puxa-saco. O gato ignora e continua me seguindo.
Mas a questão é que meu bichano é um felino de um humor quase humano. E não adianta dizer que animal não tem senso de humor. Ninguém irá me convencer do contrário. Ele gosta de jogar objetos no chão só para ver a gente pegando e colocando de volta no lugar para ele tornar a jogar no chão. As vezes é irritante. Mas dá pra perceber que ele se diverte com isso.
Pasmem, ele exige que eu brinque com ele toda noite. Sério.
Um dia ele quer pega-pega (e minhas pernas sofrem com isso, pois ele sisma de dar tapinhas, com garras, claro, no meu tornozelo como quem diz: "Peguei!" e me olha com cara de gato do Shrek para eu ir atrás dele). Outros dias, a brincadeira é agarrar e morder (de preferência minhas mãos). Há dias em que ele quer algo mais light, como fazer malabarismos com minha xuxa de cabelo ou com o cotonete. É cotonete mesmo, pois ele gosta de enroscar o algodão da haste nas unhas e jogar para o alto. Minha participação nesta brincadeira é pegar o cotonete debaixo do sofá, do rack, etc.
Neste momento, a criatura está sentada em frente ao teclado, me observando, com cara de "e aí, tá na hora de trocar minha água e ir dormir". Juro que se ele pudesse verbalizar como humanos, ele diria isso. Ao invés disso, ele pisca, e eu pesco o que ele quer. Sempre dá certo.
Assim, nos comunicamos. Há quatro anos ele entrou na nossa vida e interage em nossa rotina como um membro da família. Respeita nosso espaço, nosso humor, nosso lar, pois não faz sujeiras pela casa de jeito nenhum. Só na caixinha, e briga conosco sempre que a areia não está do gosto dele.
Também tem suas manias. Não gosta de crianças pequenas, nem chega perto dos meus sobrinhos de 2 e 4 anos. Não come carne crua nem cozida, nem peixe, nem leite. Nada de fuçar lixo ou roubar comida do lixo ou da pia. Não gosta de aspirador de pó nem de espirros (sempre dá um sonoro miado de protesto). Não gosta de dormir no vento do ventilador, nem de dormir no colo (exceto no inverno, em raras ocasiões, de acordo com seu humor, pois também não gosta muito de carinhos fora de hora - só quando está afim).
Mas ele também gosta de algumas coisas, como batata crua, maçã ralada, iogurtes em geral, ração Wiskas de salmão com camarão ou de peixe (carne não), tolera tomar banho, e gosta da minha voz. É sério. Ele sempre responde com carinha fofa, miado doce e esfregada na perna quando eu chamo ele de Shummy baby.
Enfim, fidelidade, carinho e companheirismo também podem ser qualidades de felinos, não é algo usado apenas para descrever o melhor amigo do homem. Meu gato consegue ser tão companheiro quanto um cãozinho e melhor: posso viajar no final de semana tranquila que ele não aborrece os vizinhos com latidos, ao contrário, aposto que fica feliz com a paz desses dias e de não ter que ouvir eu cantando com o Bono enquanto faço a faxina de sábado.
9/2 - 01h05